Ásia Central

Sobre encontros e pessoas

            Quando viajamos, somos tocados de diversas maneiras e as lembranças, quando voltamos, refletem isso, à conta-gotas. Às vezes, no meio de um dia de trabalho, olhando para uma planilha, surge uma imagem de uma paisagem sublime, que fez chorar de tanta beleza e grandiosidade. Ou pode ser dentro do carro, no meio do trânsito: o passeio por uma rua deserta de casas coloniais numa cidade asiática é revivido. Conversamos com amigos e o assunto é inevitável: podemos voltar por segundos no tempo e reviver a sensação de ver, pela primeira-vez, Machu Picchu, Angkor Wat, a Torre Eiffel ou o Taj Mahal.

            Talvez reste uma lembrança de um momento pessoal, que o cenário faz deixar mais doída a saudade. Ou ainda a memória do prazer físico, como a de um prato que se provou em lugar inesperado e que ainda revive a sensação nas papilas da textura e do sabor.

            Mas pode ser também que alguns rostos surjam. Pode ser uma senhora que ajuda no metrô, um quitandeiro que oferece frutas pra provar. Pode ser outro turista que uma espera qualquer reúne, um dono de pousada que oferece doces de sua própria casa como um mimo, um garçom que te leva para a cozinha para escolher a sobremesa mais fresca. Um anfitrião que vai além e te considera como alguém da família.

            Cada vez mais os rostos povoam as minhas memórias. E, enquanto escrevo esse post, me lembro de tantas cenas que um sorriso se instala permanentemente e até lágrimas ameaçam aparecer. Quantas pessoas incríveis já passaram pelo meu caminho, desde amizades que se aprofundaram, até mesmo contatos rápidos, que não puderam ir além pela própria natureza mutante/andarilha da viagem? Muitas vezes, nem precisa muito: um olhar e um sorriso são suficientes para estabelecer uma afinidade. Mas é preciso continuar, andar, seguir adiante.

            Nem sempre os encontros fluem facilmente: um traço de timidez ou introspecção podem levar o viajante a exercer mais o seu lado voyeur que interativo. Nem todos têm aquela facilidade de contato que, não só enriquece a experiência de viajar, como também ajuda muito em questões práticas. Me lembro de ficar fascinada, tímida que era quando adolescente, em ver meu pai fazendo amizades, ainda que efêmeras, em lugares estranhos para nós, como quando o surpreendemos conversando animado com um vendedor de frutas em um mercado alemão. O senhor era turco e, embora não houvesse nenhuma língua em comum entre eles, estavam se divertindo e rindo.

            Mesmo tendo o dom de conseguir estabelecer uma conexão com estranhos, o conhecimento da língua estrangeira sempre ajuda. Poder comunicar idéias completas, discutir e entender humor e ironia é uma habilidade que potencializa incrivelmente as experiências que tornam uma viagem inesquecível. Como nem sempre isso é possível, muitas vezes o fato de conhecer algumas frases básicas, estudadas no vôo de ida, ajuda muito não só a conseguir uma informação, mas também a abrir um sorriso.

            Vencida a timidez e adquiridos conhecimentos de outras línguas, seja em que nível forem, tudo começa a fluir com mais naturalidade. Mesmo assim, algumas culturas favorecem o contato, outras não. Existem lugares onde as pessoas querem saber de você, perguntam e falam de si. Em outras, não é de praxe puxar conversa com estranhos. Ou já recebem tantos turistas que o estrangeiro é apenas mais um na multidão, não suscita curiosidade. Nesse aspecto, algumas das minhas melhores experiências foram em lugares como o interior da Bahia, o Camboja, o Peru, a Índia, Minas Gerais, a Turquia, o México, a Grécia, a Costa Rica.

            Houve uma adição recente a esta lista, e com muito entusiasmo: o Uzbequistão.

            Eu não tinha muitas expectativas neste sentido. Sabia que era um povo relativamente isolado do cenário mundial pela sua história de submissão a ditaduras e pela própria posição geográfica, fora dos principais eixos econômicos. Talvez fossem desconfiados. Talvez fossem frios.

            Mas percebemos logo no primeiro dia que a teoria não fazia sentido. As pessoas sorriam, cumprimentavam, eram gentis. Recebíamos muitos olhares, mas nada que nos deixasse incomodados – era uma curiosidade inofensiva.

            A dificuldade na comunicação não era empecilho para que sentíssemos: somos bem-vindos aqui. E quem falava inglês naturalmente queria esticar a conversa e saber um pouco mais dos dois turistas de quem não conseguiam adivinhar a nacionalidade.

            Nos bazares, nas bancas de frutas, nos mercados: era natural que nosso olhar de interrogação fosse respondido com uma oferta de fruta, queijo ou lingüiça defumada, como aconteceu com a banca na beira de estrada, em que nos ofereceram para experimentar vários tipos de melões, antes que escolhêssemos o nosso.

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            O comércio oferece naturalmente as melhores oportunidades de contato, é uma desculpa perfeita para puxar assunto. E nós aproveitamos sempre que possível, ainda mais aqui, considerando que o Uzbequistão é um país com tradição no comércio e na hospitalidade – tantos séculos testemunhando o fluxo de produtos, pessoas e ideias pela rota da Seda, do qual era peça central.

            Vemos essa influência se estender até os dias de hoje, enquanto observamos uma menina orgulhosamente nos recepcionar na loja de tapetes de sua família em Bukhara e abrir um tapete atrás do outro…

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            …engatar no papo com Jamal, um restaurador e reciclador de tapetes, enquanto ele explica seu trabalho, sem pressa, mesmo sendo o único funcionário de sua loja…

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            …ver a efervescência feminina de vendedoras e compradoras no bazar do ouro de Bukhara.

            E não só isso: tivemos várias experiências de generosidade, como no caso do bazar Chorsu e em Samarkand, quando a vendedora do bazar Siob nos vendeu um quilo das ameixas mais doces que já provamos pelo preço de meio, simplesmente porque não conseguia pesar quantidades menores em sua balança. E, como no caso do mocinho dos iogurtes de Tashkent, não aceitou pagamento pelo produto extra que recebemos.

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            Ou ainda a dupla de irmãos no bairro antigo de Samarkand ao redor do mausoléu Gur-e Amir, que mantinha impecável o mercadinho familiar: gentis e de uma curiosidade tímida, não tinham um troco pequeno para nossas compras. Falamos que estava tudo certo, sem problemas, ele não se conformou: colocou mais alguns produtinhos na nossa sacola.

            A honestidade, hospitalidade, discrição e delicadeza dos uzbeques eram uma daquelas maravilhosas surpresas de viagem e então foi natural constatar a doçura e a educação de suas crianças…

            …que mesmo nos bairros mais simples, brincavam felizes e bem cuidadas.

            Já os mais velhos, reunidos nas chaikhanas, as tradicionais casas de chá, continham sua curiosidade e nos cumprimentavam respeitosamente, às vezes interferindo na nossa escolha com suas sugestões do que deveríamos comer.

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            Nas mesquitas, éramos recebidos com um sorriso e convidados a entrar, até mesmo numa sexta, dia santo. O ambiente predominantemente masculino não impediu um convite sincero para que até mesmo eu, mulher não-muçulmana, entrasse para participar das orações.

            Estávamos em outubro, época preferida para os noivos celebrarem seus casamentos e os víamos em todo lugar. Infelizmente não tivemos a oportunidade de presenciar uma festa, mas tive a mais enfática expressão de apreciação vinda de uma mãe de noivo (ou noiva), na hora das fotos do casal: depois de uma conversa extremamente animada, nos despedimos e ela fez questão de tascar um selinho em mim! (É a senhora do meio da foto abaixo.)

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            Nós nos divertimos muito, nessa e em outras ocasiões. Uma vez fomos parados no meio da rua num bairro tradicional de Samarkand por um senhor que saiu de seu carro, para dar alguns dos pães quentinhos que lotavam seu carro para nós: tinha acabado de nascer o seu neto e ele fazia questão de dividir sua felicidade com a comunidade. Nós fomos sortudos de estar ali bem naquele momento e partilhar um pouco da celebração.

            Um pouco à frente, vendo que eu fotografava as casas antigas, uma mulher me abordou e me levou para mostrar a sua, fazendo questão que eu posasse com ela na frente do seu portão.

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            Em Khiva, a senhora que controlava os ingressos para a torre de observação de Kuhna Ark quis saber tudo de nós e se despediu com beijos altos em nossas bochechas…

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            …e pouco tempo depois, na saída da fortaleza, nos encontramos com um grupo grande de turistas uzbeques vindos do leste do país: todos nos cumprimentaram com grandes sorrisos e as mulheres, em especial, me cercaram por todos os lados – seguiram-se muitas perguntas, fotos e filmagem juntas e beijos de despedida.

            O guia que os acompanhava era o mesmo que tínhamos contratado para nos levar às fortalezas antigas do Karakalpakstan no dia seguinte: falava pouquíssimas palavras de inglês, mas o sorriso e a cortesia compensavam a falta de informações (que supríamos com nossos guias de papel).

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            Aliás, os motoristas e as guias foram um capítulo à parte: nos ajudavam em tudo, às vezes atuando como tradutores, em outras ultrapassando o tempo combinado para nos mostrar lugares fora do comum. A Galina (de Tashkent), a Nazira (de Bukhara) e a Valentina (de Samarkand) não só dominavam cada uma de suas cidades, como foram excelentes companhias em nossos dias uzbeques. Tinham paciência infinita com nossa curiosidade, inclusive com relação a assuntos espinhosos (como a ditadura de Karimov e o período soviético) e acabávamos sempre falando sobre nossas respectivas vidas pessoais. Foram imprescindíveis para uma compreensão maior da sociedade uzbeque, que tanto nos encantava e que se permitia ser espiada por nós no pouco tempo que tínhamos no país.

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            Além dos incríveis uzbeques, pudemos nos conhecer viajantes de várias partes do mundo, algumas vezes encontrando os mesmos em várias cidades, já que o melhor circuito é um pouco óbvio e quase todo mundo o segue. Em especial tivemos a sorte de conhecer a Karin e o Wolff, um casal de senhores alemães: nós duas acabamos engatando uma conversa enquanto eu fotografava, esperando o almoço na yurta de Ayaz-Kala. Chegaram os maridos e a conversa continuou a fluir. O assunto: viagens, claro, especialmente a Etiópia, que tinham acabado de visitar. Acabamos nos encontrando por acaso no outro dia em Bukhara e jantamos juntos nas duas noites, nos despedindo já com saudades.

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            Foram tantos encontros felizes e certamente estou esquecendo vários deles aqui. Mas cada um deles, ao seu modo, contribuiu para que a viagem desenvolvesse num crescendo, cada momento feliz somando-se aos outros e à beleza de cada lugar que estávamos tendo a maravilhosa oportunidade de ver.

            Dormimos em hotéis simples, comemos espetinhos em chaikhanas de beira de estrada, frequentamos alguns dos banheiros mais imundos que já vimos. Mas se existe um luxo ao viajar, esse é o de se sentir bem-vindo e em casa, mesmo estando a milhares de quilômetros da sua. E esse luxo o Uzbequistão oferece de sobra.

44 Comments

  1. Arnaldo - FATOS & FOTOS de Viagens

    Em viagens não perdemos tempo nem oportunidades de contatos desta natureza. E eles quase sempre têm resultado experiências fabulosas e arrebatadoras. Do coração e do intelecto. Foi assim também na Índia. Depois no Camboja. Agora no Uzbequistão.
    O convívio com aquela gente,algumas retratadas aqui em fotos, o privilégio de conhecer pessoas tão excepcionais e genuinamente receptivas, por mais efêmeros que fosse cada momento, nos proporcionou experiências das mais notáveis, encantadoras, sublimes e inesquecíveis entre as viagens maravilhosas que já vivemos juntos.
    Mas nesta viagem a estada no Uzbequistão foi um imenso privilégio. Um fabuloso convívio e encontro com o maior número de pessoas verdadeiramente encantadoras que pude encontrar numa só viagem. Um imenso privilégio, menor apenas do que ser seu marido e ter vivido tudo isso ao seu lado, compartilhando juntos igual emoção.
    Sensibilidade e doçura envolventes encontram-se neste post, mais um fabuloso desta inesquecível viagem de descobertas e experiências pela Ásia Central.
    Parabéns!

  2. Mô Gribel

    Emília, você escreve com uma doçura emocionante…
    Beijo, queridona!!

  3. Paula cunhada

    Mila que lindo seu post. Quanta delicadeza e sensibilidade e que fotos incríveis. O mundo é realmente lindo e encantador não só pelas suas belezas mas por seu povo e sua cultura. É um privilégio conhecer tantos lugares incríveis através de suas palavras e visões. Um grande beijo. Parabéns Paula

  4. Helder Veiga

    Não tem como não viajar junto nesse texto. Uma surpresa agradável que alimenta a vontade de conhecer lugares assim. Tive uma experiência parecida no Peru e realmente marca muito a nossa vida.
    Que lindo esse povo! Que limpeza também – tanto no sentido literal (como as fotos contam), como na alma das pessoas (como você descreve).
    Não consegui ler sobre o dono da mercearia lhe entregando mercadorias a mais, por não ter troco e não se lembrar dos nossos famosos taxistas querendo levar vantagem na hora do troco no Rio. Sobre o selinho, que ganhou da mãe do noivo/noiva e não lembrar de que não se dá “bom dia” dentro de elevador em Curitiba. Da educação das crianças uzbeques sem ignorar as pichações feitas por nossos adolescentes em São Paulo. E das belas e limpas paisagens contrastando com a sujeira de famosas capitais do Brasil, como Recife.
    Perdoem-me… uma página só de coisas boas, mas não consegui me segurar.
    Vamos aprender com os uzbeques!!!
    Parabéns pelo lindo relato!

  5. Emília

    Obrigada pela mensagem, meu querido. E obrigada pela sua companhia nesta viagem tão sonhada e que superou muito as nossas expectativas. Foi delicioso reviver vários momentos dessa viagem neste post.
    Um beijo…

  6. Emília

    Mô, obrigada pelas palavras! Fica mais fácil quando temos experiências especiais…
    Um grande beijo!
    Paula querida, que bom ver você aqui e que tenha gostado do post…É um pouco diferente de quando contamos ao vivo, não? 🙂
    Um beijo!
    Helder, como responder a um comentário desses? Você falou tudo: fica difícil ter experiências tão positivas e ficar tentando nos colocar no lugar de turistas no Brasil. Nos gabamos de ser calorosos, mas será que só isso é suficiente? Estava justamente lendo um post há uns dias atrás sobre um turista que teve uma experiência agridoce no Rio, é triste.
    Você mencionou a limpeza e isso é impressionante: os lugares são todos muito limpos, mesmo nos bazares e outros lugares públicos. Nos bairros tradicionais, uma visão comum é de pessoas com a vassoura na mão.
    E sim, eu os achei muito bonitos!
    Muito obrigada pela visita e pelo comentário, um abraço!

  7. Luciana Betenson

    Que post lindo, Emilia, faço minhas as palavras da Mo Gribel! Beijos,

  8. Emília

    Obrigada, Luciana! Um beijo.

  9. Lillian Brandão

    Olá Emília,
    A cada vez fico mais encantada com os seus posts. As melhores lembranças que a gente traz de uma viagem são as histórias e as pessoas que conhecemos. Imagino que seja ainda mais interessante em países diferentes. Gosto muito de fotografia de pessoas e adorei as suas fotos. Parabéns!
    Beijos,
    Lillian.

  10. Emília

    É verdade, Lillian: tem lugares que são especiais para isso, apesar de todos potencialmente poderem oferecer este tipo de interação. É um privilégio poder trocar um sorriso e uma gentileza com pessoas tão distantes, cultural e fisicamente.
    Obrigada pela visita!

  11. Tony

    Emília, querida, ficamos vários dias fora de casa e só hoje consegui dar atenção para este post teu tão maravilhoso. Lindas fotos e ainda mais lindas as histórias por trás das imagens. Beijos!

  12. Emília

    Tony, estava selecionando fotos para um post desta viagem e fui me surpreendendo com a quantidade de fotos de pessoas, relembrando cada história. Foi muito gostoso escrever sobre elas (as pessoas e as histórias).
    Um beijo pra vocês!

  13. Mari Campos

    Que post mais lindo e delicado! As fotos estão emocionantes!!! Eu sempre digo que a melhor coisa de qualquer viagem que faço são as pessoas que conheci. De anjos à malucos, também me perco entre os rostos de tantas pessoas interessantes que conheci nos últimos tempos na estrada. Dos anônimos que viraram apenas boas lembranças ou boas histórias àqueles com os quais mantenho contato e viraram bons amigos, guardo todos comigo. Adorei, Emília!

  14. Lena

    Lindo post, Emília! E belíssimas fotos!
    Suas observações só confirmam o que sempre digo, quando encontro pessoas que reclamam do tratamento que recebem em viagens: em geral, a gente recebe o que dá!
    Vocês viajam com a mente e o coração abertos. Sorrisos nos rostos. As portas se abrem naturalmente e com certeza serão sempre bem tratados 🙂
    beijo,
    Lena

  15. Liliana

    Que texto lindo e sensível. Eu costumo dizer que cada um tem o seu motivo para viajar, e o meu é para aprender com as pessoas. Adoro gente, e ir a um lugar onde nos sentimos bem vindos faz toda a diferença. É muito bom quando o povo é receptivo e gosta de um assunto. Talvez por isso eu tenha me apaixonado tanto pela India! E agora fiquei com vontade de conhecer o Uzbequistão para provar um pouco do que as pessoas tem para ensinar por lá também.

  16. Carmen L.

    Eu adorei cada uma dessas belas imagens, cheias de sorrisos de felicidade. Eles mostram que há mais coisas que nos unem do que coisas que nos separam.
    Quando viajamos, podemos conhecer pessoas e fazer amigos. Quando o tempo passa, eu lembro de todos os momentos felizes que pasastes com eles.
    Boas Festas pra vocês!!!

  17. Camila Navarro

    Emília, eu acho que já te contei que muitas vezes separo seus posts para ler em casa, com calma, né? Esse estava há vários dias na minha caixa de entrada e eu até comecei a ler no trabalho e no celular, mas me segurei. Hoje, enfim, fui até o final. E vi que eu tinha razão. Que post mais lindo! E que fotos mais sensíveis! Sua viagem deve ter sido mesmo muito especial. Eu confesso que sou muito tímida e isso me impede de ter muitas experiências afetivas nas viagens, mas ainda assim sempre há pessoas especiais que cruzam nossos caminhos e nos marcam. Na viagem pela Rússia e pelos Países Bálticos, essas experiências foram mais frequentes. Será que é a língua estranha, a abertura recente para o resto do mundo? Fiquei ainda mais interessada pelo Uzbequistão depois do que li aqui. Beijos!

  18. Guta

    Emília que post lindo! Queria conseguir como vc tirar fotos tão boas assim de gente! Talvez por receio, timidez, medo de invadir a privacidade do outro ainda estou longe de chegar na intimidade dessas fotos e encontros que vc descreveu tão bem.
    Acho que na maioria das vezes uma viagem começa com os ícones, o que a gente “não pode deixar de ver”, as principais atrações, etc, mas acho que no final, o que fica são exatamente essas sensações e encontros únicos, que não se repetem duas vezes.
    Aproveito aqui para desejar um feliz Natal e um 2013 com mais viagens incríveis e encontros inesperados com o que vcs tiveram no Uzbequistão.
    bjus!

  19. Emília

    Meninas, que bom ver tantos comentários aqui no blog!
    Eu imagino você, Mari, que vive na estrada, quantas pessoas interessantes já deve ter conhecido pelo caminho! E deve ter tido muita oportunidade de desfrutar da gentileza de estranhos (já viu que tem um livro sobre o assunto?)
    Um beijo!
    Lena, nós realmente viajamos com o coração aberto, preparados para o melhor. Pode soar Poliana demais, mas a verdade é que é difícil você se manter desconfiado quando há tanta expectativa, tanta vontade de fazer da viagem o melhor que puder.
    Engraçado: perguntamos a uma das guias o que tanto as pessoas perguntavam de nós (dava para perceber) – elas falavam que nós éramos diferentes dos outros turistas, éramos abertos 🙂
    Um beijo!
    Liliana, a Índia é um caso à parte: eles nos exasperam e encantam em medida igual. Difícil ficar indiferente, especialmente quando estão no melhor de sua gentileza. Acho que é um dos países em que o fator humano pesa muitíssimo no cômputo final da viagem.
    Acompanhei a viagem de vocês pelo Instagram e fiquei só relembrando, com saudades…
    Obrigada pela visita, um beijo!
    Carmen, você disse tudo: apesar das nossas aparentes diferenças, somos muito parecidos nas nossas necessidades e dificuldades, no nosso dia-a-dia. Aprimoramos a nossa compaixão a cada viagem: cada povo se torna querido depois que os deixamos e voltamos para nossa casa.
    Um lindo ano novo para você e para seus queridos!
    Que máximo, Camila! Fiquei feliz com seu comentário, obrigada…Engraçado você ter comentado sobre a Rússia, eu imaginava que seria até mais difícil o contato, mas bate com o que conversava nestes dias com meu primo (que viaja frequentemente para lá): o russo é só fechado nos primeiros minutos, depois ele se abre e se torna até efusivo.
    Sobre a timidez, ela maltrata um bocado, mas quando resolvemos enfrentá-la ela se torna um cachorro medroso 🙂
    Um grande beijo para vocês!
    Oi, Guta!
    Eu não tenho muita facilidade em fotografar pessoas, mas aqui foi fácil porque elas gostavam de posar para nós! E eram fotogênicas 🙂 Mas tem lugares que ainda sinto que estou invadindo, como você disse. Aí prefiro me recolher às paisagens e arquitetura em geral.
    E você tem razão: cada vez mais o caminhar na rua, sem pressa, deixa impressões mais duradouras do que os cartões postais. Talvez justamente porque não estamos com expectativas.
    Obrigada pela visita e um beijo!
    Um lindo 2013, cheio de felicidade e muitas viagens, para vocês e todos os leitores!

  20. Lívia

    Um dos posts mais belos que eu já vi em blogs de viagem.
    Quem dera eu ter essa sorte já, mas logo logo, se Deus quiser.
    Beijos

  21. Emília

    Obrigada pelas palavras, Lívia! É por comentários assim que nos motivamos a continuar escrevendo.
    E muitas viagens para você em 2013!

  22. Igor

    Emília, parabens pelos posts! Estão incriveis! Acabei me animando com a sua descrição e estou planejando a minha próxima viagem para Rússia e Uzbequistão. COmo é bem raro encontrar alguém que tenha ido pra lá, será que você poderia me ajudar?
    Primeiro, quanto ao visto, você pegou no próprio aeroporto, na chegada? Pelo oq eu pesquisei, não há representação do Uzbequistão no Brasil.
    E outra coisa é quanto aos deslocamentos. Vcs contrataram alguma agencia no próprio Uzbequistão para fazer os deslocamentos entre as cidades (carro com motorista) ou já sairam com tudo pronto desde o Brasil? Você teria alguma agência para indicar? E vc acha que é necessário ter guia nas cidades, ou seja, contratar um “serviço” completo de deslocamento e guia ou só é necessário contratar os deslocamentos? Eu não gosto muito de excursão (me sinto muito preso! 🙂 ), então, quanto mais coisas eu puder fazer por conta própria, melhor! hehehehe…
    E qto ao idioma, foi dificil se comunicar??
    Desculpa o numero de perguntas… hehehehe
    Se vc puder me ajudar, ficarei muito grato!!!
    Mais uma vez, parabens pelo blog!

  23. Emília

    Igor, que máximo que você se animou em ir para os ‘stãos’! E fico feliz que eu tenha estimulado uma parte da sua curiosidade…
    Vamos lá: em primeiro lugar, eu acho possível fazer independentemente – é um lugar onde você se sente seguro e tranqüilo, as pessoas ajudam. Mas tem que ter tempo, tanto para planejar quanto na viagem.
    Para planejamento já é um pouco básico, mas para lá especialmente, porque a hospedagem é limitada e lota fácil. E também para reservar vôos e tentar arranjar transportes alternativos.
    Já o tempo mais largo na própria viagem serve para tentar principalmente deslocamento entre as cidades. O trem no Uzbequistão é ótimo, mas conhecemos pessoas que acabaram negociando carro particular. Já no Quirguistão deve sobrar carro mesmo, já que o trem para o interior é só de carga (não pesquisamos ônibus).
    Como nós tínhamos pouco tempo (3, 4 meses) antes da viagem, preferimos fazer com uma agência que tem bastante experiência na região, a Highland, e deu tudo certo. Nós fizemos a maior parte dos trechos com carro particular, um por avião (Tashkent-Urgench) e um por trem (Bukhara-Samarkand, que compramos um dia antes).
    Sobre os guias, eles estavam incluídos, mas mesmo quando vamos independentemente gostamos às vezes de contratar, até para ter uma pessoa do país para conversar e perguntar tudo o que se tem vontade. Nossas guias foram incríveis, gostamos muito. Posso indicá-las, tenho os contatos.
    Tenho o contato também de um motorista que fala inglês, no Uzbequistão, se quiser também.
    O visto no Uzb. é um pouco chato mesmo porque não há representação aqui e você tem que ter uma carta convite. O que o Lonely Planet recomenda é que se contrate uma agência de lá, você paga uma taxa e eles emitem a carta convite para você. Tenho também o contato da operadora de lá para isso, se vc quiser. E com essa carta você tira o visto no próprio aeroporto.
    Já o do Quirguistão é muito fácil, no aeroporto mesmo, sem necessidade de carta convite ou formulários.
    Sobre a comunicação, é um pouco restrita se você não fala russo. Algumas pessoas falam um inglês básico e rola muita boa vontade.
    Se quiser algum dessas contatos ou tiver mais alguma dúvida, me mande e te envio.
    Um abraço e bom planejamento!

  24. Mirelle

    Eu nunca chorei lendo um relato de viagem em blog. Nunca mesmo. Mas você conseguiu arrancar lagrimas de mim.
    Um texto sensivel e lindo! Parabéns!

  25. Emília

    Mirelle, e eu fiquei especialmente tocada pela sua reação e pelo seu comentário.
    É por momentos como esse, que eu consigo tocar o leitor, que eu continuo escrevendo, no pouco tempo que eu consigo destinar ao blog.
    Obrigada e um beijo!

  26. Igor

    Oi Emilia,
    Obrigado pelas suas respostas! Conversei com os meus amigos e estamos mais propensos a contratar uma agencia para arranjar os deslocamentos e hoteis (vc já ouviu falar da kazakhstan tours e da advantour?). Mas, se vc puder, gostaria muito dos seus contatos do pessoal de lá, pois, caso não consigamos uma agencia legal, ja teriamos uma outra possibilidade. Se quiser mandar pro meu e-mail, fique a vontade.
    Muito obrigado!!
    Abraços!

  27. Carol Wieser

    Essas são as melhores recordações. Os rostos, o carisma, a simpatia e aquele abraço acolhedor do povo que tão sublimemente nos recebe em seu país.
    Lindo texto
    Beijos

  28. Emília

    Oi, Igor, vamos lá:
    Eu não tenho nenhuma experiência com as duas agências que você mencionou (apesar de ter pensado em fazer com eles há uns 10 anos, quando comecei a pesquisar a viagem). Sugiro verificar no Trip Advisor e no Thorn Tree do LP sobre elas. A que fez a nossa operação lá é a Asia Adventures (www.centralasia-adventures.com).
    Te envio os contatos por e-mail das pessoas lá.
    Um abraço!

  29. Emília

    Oi, Carol!
    Realmente fomos conquistados pelo uzbeques…nada como se sentir bem-vindo.
    Obrigada pela visita e um beijo!

  30. Filipe Morato Gomes

    Olá Emília,
    Aos poucos vou descobrindo o blog, devagar, uma leitura de cada vez, e por vezes deparo-me com pérolas como este texto.
    Viajo bastante, e aprendi uma coisa faz tempo: para mim, são as pessoas que encontro que fazem a viagem. E como há gente boa nesse mundo!!!
    Como você diz, “Foram tantos encontros felizes e certamente estou esquecendo vários deles aqui. Mas cada um deles, ao seu modo, contribuiu para que a viagem desenvolvesse num crescendo, cada momento feliz somando-se aos outros e à beleza de cada lugar que estávamos tendo a maravilhosa oportunidade de ver.”
    Assim sendo foi uma bela viagem, com certeza!
    Um grande abraço do outro lado do Atlântico,
    Filipe

  31. Emília

    Oi, Felipe!
    Fico muito feliz com sua visita e seu comentário tão gentil: é muito bom saber que tocamos algumas pessoas com o que sentimos e transformamos em palavras.
    Sobre ter pessoas boas neste mundo, conversava sobre isso há algum tempo atrás com uma amiga: que tínhamos sorte em ter muita gente boa no nosso caminho, de maneira permanente ou muitas vezes temporária. E que isso era motivo de celebração.
    Obrigada e um abraço!

  32. Pingback: A Turista Acidental » Blog Archive » Samarkand e as ilusões

  33. Flora

    Simplesmente lindo, Emilia

  34. Emília

    As experiências boas que temos facilitam o transmitir dessa emoção, Flora.
    Obrigada e um beijo.

  35. Mariliana

    Emilia, que lindo post. Realmente dá saudades, quando encontramos pessoas especiais. Sentimos saudades, vontade de estar novamente com elas. Embora eu tenha viajado bem menos que você, também sinto saudades de algumas pessoas que encontrei pelo caminho. Como por exemplo, a família do Alberto em Lisboa. Mas a vida é assim, as pessoas vêm e vão da nossa vida e o que fica são as lembranças, que dão saudades, mas que são boas.
    Beijos, minha querida.

  36. Emília

    É isso mesmo, minha querida: seguimos em frente, conhecendo novas pessoas, criando novas memórias.
    E que bom podermos fazer isso juntas!
    Um grande beijo.

  37. Pingback: Blog Awards: Os Melhores Blogs e Artigos de Viagem em Dezembro/2012 | HostelBookers (PT) Blog

  38. Rosa

    Emília, estou me perguntando como eu posso ter passado batida por esse lindo post???
    Que distração a minha… Estão tão lindo, texto e fotos adoráveis!

  39. Emília

    Rosa, surpresa boa ver seu comentário aqui, fico feliz que tenha gostado! Foi um dos posts que mais gostei de escrever aqui no blog.
    Um beijo!

  40. Rosa

    Emília, com esse sorriso e simpatia, tenho certeza que você conquista desde crianças até os mais experientes sem nenhum esforço. Continue espalhando essa alegria, isso é Master, não tem preço!

  41. Emília

    Rosa, não tem preço é ver um comentário como esse, fico até encabulada 🙂 Obrigada pela gentileza e um beijo!

  42. Igor

    Oi Emilia!
    Acabo de voltar da minha viagem a Russia e Uzbequistão e volto aqui ao seu blog para te agradecer imensamente por ter plantado em mim a vontade de visitar o Uzbequistao. Antes de ler seus relatos, era um lugar impensavel… heheheh…
    Foi uma viagem incrivel!
    Continue alimentando nossas imaginações e nos enchendo de novas ideias de destinos a conhecer neste vasto mundo!!
    Muito obrigado!!
    Um grande abraço!

  43. Emília

    Igor, que alegria ver teu comentário aqui!
    Não imaginei que meus relatos pudessem ter um efeito tão rápido…E que bom que gostou do Uzbequistão! Para mim foi a realização de um sonho e a viagem foi mais do que imaginava ainda.
    Curiosa para ver teus relatos, espero que coloque no blog!
    Obrigada pelo retorno, é muito bom saber que, mesmo postando pouco, o blog tem sua utilidade 🙂
    Um abraço e muitas outras lindas viagens para vocês!

  44. Anthony di Carlo

    6 MANEIRAS DE PAGAR MENOS PELAS DIÁRIAS EM UM HOTEL OU POUSADA!
    1)SE VOCÊ JÁ SE HOSPEDOU ANTES EM ALGUM HOTEL, ESTÁ RETORNANDO AO MESMO, OU FOI INDICADO POR ALGUM CLIENTE, VOCÊ TERÁ SEMPRE ALGUM DESCONTO!
    2)COMPARE PREÇOS ONLINE, MAS RESERVE DIRETAMENTE COM O HOTEL.
    Reserve diretamente, sem intermediários, tipo Booking.com ou Decolar.
    Os preços podem custar até 14% menos.
    Tratando diretamente com o hotel, as chances de você ganhar um upgrade, ou ter um late check-out são muito maiores.
    3)TELEFONE OU VENHA DIRETO AO BALCÃO E PECHINCHE!
    Enquanto os demais hotéis estão contratualmente obrigados a apresentar os mesmos índices em sites como motores de busca parceiro, como
    BOOKING OU DECOLAR, não há nada que impeça o hotel ou pousada de oferecer-lhe uma taxa mais baixa quando se você entrar em contato direto.
    Telefonar ou vir direto ao balcão do hotel e negociar pode também ser bastante interessante para o seu bolso, além de conseguir descontos de até 15% em algum restaurante famoso local.
    É sempre bom falar com uma pessoa de verdade.
    4)ASSOCIAÇÕES, SINDICATOS, CLUBES
    Se você é associado de algum Sindicato, Clubes ou grandes empresa, com certeza obterá melhores tarifas.
    Espere desconto de pelo menos 10%.
    Mas não espere obter esses descontos com qualquer pesquisa de preços online.
    Os resultados serão sempre padrão e normalmente mostram apenas as taxas padrão, sem descontos.
    5)RESERVE COM ANTECIPAÇÃO
    Faça sua reserva com vários dias de antecedência.
    Você poderá conseguir descontos de 10%, 15% e até de 20%.
    6)CONSIDERE COMPRAR UM PACOTE:
    Quanto maior o número de diárias, menor será a sua tarifa.
    Nos sites de pesquisa, é praticamente impossível você ter alguma vantagem, neste caso.
    Seu desconto mínimo será de 10%, podendo chegar até a 20%.
    Ligue e converse diretamente com o hotel.
    Cortesia: Hotel Boutique Iracemar
    http://www.iracemar.com.br

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