Paraty

Um caso de amor antigo

Você conhece alguém que não gosta de Paraty? Eu não.
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Já perdi a conta de quantas vezes já estive lá e ainda não consigo enjoar. E duvido que isso aconteça um dia. Paraty é um daqueles lugares pelo qual você se apaixona à primeira vista: paixão avassaladora, da qual você não consegue tirar os olhos. Vocês conhecem a sensação…é assim que me sinto toda vez que estou lá. Uma excitação de estar ali de novo, e ao mesmo…um conforto como estar em casa.
Por isso não hesitei em seguir para lá na última Páscoa, com alguns amigos também fãs, com os quais já estive lá outras vezes. Dessa vez a idéia era fazer algumas coisas diferentes das últimas viagens, mas os meninos queriam mostrar para o resto da turma alguns lugares que eles gostam muito. Se para eles estava ok, para mim estava perfeito, então…descemos todos a serra, deixamos nossas malas no hotel e seguimos para a pousada Le Gite d’Indaiatiba.
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Eu gosto sempre de ficar no centro histórico, mas se hospedar no Le Gite é uma experiência bem diferente: é optar por ficar no ‘sertão’, na Serra da Bocaina, com uma vista da baía de Paraty ao longe. O hotel é rodeado por uma linda área verde e é perfeito para quem quer sossego absoluto.
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E o melhor é que dá para aproveitar a pousada mesmo sem se hospedar, pois seu restaurante, bastante premiado, é aberto ao público: muito peixe e frutos do mar num ambiente rústico e charmoso.
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Os donos da pousada são uma mineira e um francês, que decidiram fazer da serra a sua casa e receber muito bem seus hóspedes. Além de mimar com boa comida e papo, ainda podemos abusar da hospitalidade e nadar na bonita raia de água natural ou curtir a cachoeira que fica dentro da propriedade.
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Pois é…o tempo não estava maravilhoso, como vocês podem perceber pelas fotos. Mas…como resistir a uma cachoeira, especialmente quando estava precisando urgentemente de uma para relaxar? (Para casos de stress, cansaço e derivados, dra. Emília prescreve: cachoeira já! 😉 )
Estava gelada, mas…ótima! Quase todos não resistiram ao apelo e pularam na água. Difícil entrar, sair…mais difícil ainda.
(Com mais tempo na cidade, vale a pena sair um pouco da beira-mar para conhecer as cachoeiras nos arredores: são várias no caminho para Cunha. Os nomes fogem à memória –  eu e meus amigos fizemos o circuito há uns 7 anos atrás… – mas me lembro bem da cachoeira do Tobogã. Muito cuidado com ela. Sério.)
Outro passeio clássico é ir até Trindade, antiga vila hippie que hoje é apenas…muvucada. O esquema ‘alternativo’ pode até não ser a sua praia, mas Cachadaço sim. Vale sair da cidade, dirigir um trecho da Rio-Santos, outra estradinha até a vila e ainda fazer uma trilha, para chegar até essa prainha que se parece mais com uma grande piscina, cheia de grandes pedras e peixinhos. Estar num dia de sol em Cachadaço é um grande prazer. Mas ficará ainda melhor se puder vir fora de feriados e ter um pouco mais de privacidade.
Dessa vez nada de Cachadaço, mas o destino era próximo: a praia do Sono.
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Para chegar até ela, é preciso virar à esquerda um pouco antes da estradinha para Trindade, já tendo saído da Rio-Santos, seguir até o condomínio de Laranjeiras, deixar o carro e seguir por uma trilha por cerca de uma hora. A caminhada é bem tranqüila e já dá para receber a recompensa um pouco antes de chegar: a visão da praia do alto.
A praia é lindíssima, cheia de chapéus-de-sol em toda a extensão. É toda aninhada no colo da montanha e rodeada de muito verde. Apesar da grande ocupação de campings, a praia é limpa e tem siris de montão 😉
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Uma pena só que o tempo estivesse tão nublado…e com ressaca! Não pudemos curtir a praia como se deve, pois o mar estava muito perigoso…Caminhando pela praia, uma onda me pegou de surpresa e levou minhas havaianas… a sorte é que eu estava bem longe da arrebentação. Tudo bem…Iemanjá reclamou a oferenda 😳
(Abaixo o resto do grupo andando despreocupadamente, ainda sem perceber a fúria marítima…)
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Depois de descansar e comer, observamos o mar bravo e veio a constatação de que não daria para simplesmente estender a canga e relaxar. Resolvemos a vontade de entrar na água procurando uma queda d’água indicada pelo pessoal da vila. Bem, era mais um poço, mas bem agradável e suficiente para tirarmos a maresia do corpo, trazida pela ressaca.
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A essa altura o sol já tinha saído timidamente, mas nada de banho de mar, as ondas continuavam fortes…
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Dava vontade de ficar até o pôr-do-sol, sentados nas mesinhas sob as árvores, mas ainda tínhamos uma trilha pela frente…
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A trilha para Antigos e Antiguinhos, duas praias lindas que queríamos ter visitado, ficou para uma próxima. Para chegar a elas é só cruzar a praia do Sono, subir e descer um morro. Ficamos só na vontade com a descrição dos meninos.
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Contra todas as expectativas, foi realmente um lindo final de tarde…
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…que não confirmou uma melhora do tempo no dia seguinte. Pelo menos a ressaca tinha acalmado e resolvemos fazer um passeio de barco. Mas nada de escuna, acabamos fechando um barquinho pequeno no cais para nós 6. Como já era domingo e mar ainda tinha um resto de ressaca, haviam vários há disposição, todos ligados à Associação de Barqueiros de Paraty, preço tabelado, mas nesse dia totalmente negociável.
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Queríamos ir até a vila de Paraty-Mirim, chegando até o Saco do Mamanguá e mais, se possível. Mas o mar não estava totalmente sossegado para sairmos da baía e ficamos por perto mesmo. Fomos até a linda praia Vermelha, onde pudemos nadar e curtir um pouco, sem sinal de ressaca…
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…a pequena e adorável praia da Lula, com direito à parada estratégica para água de côco…
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…Saco da Velha e parada final da ilha do Algodão, para almoçar no Restaurante do Hiltinho: boa comida, ótimo ambiente e vista.
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Na volta, a sempre aguardada visão do centro histórico: primeiro a visão da pequena igreja de Nossa Senhora das Dores, depois a Matriz e no final, a conhecidíssima Santa Rita.
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Já era domingo e último dia…final de tarde é sempre uma hora mágica para andar pelo centro histórico: a luz do final do dia dá um ar melancólico e muito belo aos casarões. Bom é caminhar sem pressa, evitando a movimentação da rua do Comércio e da praça da Matriz, seguindo pelas ruas desertas mais próximas ao mar, onde as luzes começam a ser acesas…

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Outras viagens…

Paraty tem atrações para uma tonelada de visitas…Além das muitas possibilidades de passeios de barco (e que valem a pena pela linda paisagem de mata com mar verde), Trindade com suas praias e as cachoeiras (sobre as quais já comentei), vale comentar sobre o trekking de três dias percorrendo as praias da Ponta da Joatinga, acampando. Deve ser lindo, mas somente para os mais animados.
Outro atrativo da cidade é a sua concentração gastronômica. Além dos dois restaurantes citados aqui, podemos indicar o Merlin, o Mago e o Porto. Mas o melhor de todos, de longe, é o Banana da Terra, da chef Ana Bueno. Imperdível.

23 Comments

  1. Fabio NG

    Emília, não enjoei da Grécia ainda não… 🙂 Outro dia estava na Fnac e fiquei longos minutos vendo um video promocional que mostrava Santorini, e lembrei muito das tuas fotos e histórias.
    Também adoramos Paraty! Sempre arrumo uma desculpa pra dar uma passadinha por lá…
    Bjs
    Fabio (e Mel)

  2. Fabio NG

    PS: Grécia estava meio fora do meu radar, mas depois do filme Mamma Mia (dá pra parar de rir, por favor?) e dos teus posts, voltou com força total! 😉

  3. Arnaldo - FATOS & FOTOS de Viagens

    Parati é uma cidade encantadora. Romântica e histórica. Tem uma aura de idade mineira no litoral, tem passeios de traineira que saem do portinho ali da ponte e da igreja, cujo roteiro pela baia de paratí, que passa defronte à casa do Amyr Klink é delicioso,e specialmente se for uma daquelas traineirinhas tuc tuc tuc só nossa..
    Parati tem bares e restaurantes bacanas e simples, mas modernos e arumados, de bom gosto. Parati é a Tiradentes do litoral.
    Parati tem eco turismo, tem mata atlântica… Eita destino bacana vc escolheu!
    PRECISA retonar com sol pra fazer fotos dos MESMO lugares.
    Grande abraço e parabéns pelo post

  4. Beto

    É, a gente nunca se cansa, né? Paraty cada vez mais e melhor. Beijos

  5. CarlaZ

    Eu esperando Grécia e olha que apareceu uma grande surpresa…Paraty! 😎
    Sabe que nunca fui…na verdade fui bem mais ou menos…tinha ido acampar em Trindade e passei em Paraty para comprar alguma coisa…mas Trindade eu conheço!
    Estava conversando com namo esse final de semana mesmo sobre lugares para ir no próximo feriado e surgiu a ideia de Paraty…mas já descartamos deste e combinamos de deixar pra depois então achei uma grande coincidencia você escrever sobre Paraty…já ficam as dicas. 🙂
    Beijos

  6. Emília

    Fabio, ainda tem alguns posts da Grécia! Ainda faltam Mykonos e Rodes. Estou ansiosa para fazer os posts dessa última. Na verdade estou com vontade maior ainda de escrever sobre Istambul, mas acho que não será possível agora…enfim, alguma coisa deve sair em breve 🙄 😳
    PS: Você acredita que ainda não vi o Mamma Mia? Está todo mundo me recomendando!
    Tiradentes do litoral: falou tudo, Arnaldo. E é romântica na essência, difícil não se inspirar…
    Já as fotos…infelizmente não ficaram tão inspiradoras. Não é sempre que São Pedro dá uma mão 🙄
    Adorei a visita…
    Beto, Paraty e Ilhabela são preferidas, sempre. Qualquer desculpa é boa (e precisa, aliás?)
    Carlinha, uma carioca que não foi ainda a Paraty? Não, não pode, rss…É um lugar muito especial, acredite nos fãs (eu incluída). Numa das últimas vezes, levei uma francesa que já tinha acabado de andar por todas as cidades históricas de Minas e mesmo assim a mulher surtou em Paraty.
    Fica aqui a indicação 😉

  7. Silvia Oliveira - Matraqueando

    Meu pecado mortal: não conheço (ainda!) PARATY! Chuif… mas hei de vencer! 🙂

  8. ☆☆ Martinha ☆☆

    Sou + uma a encabeçar a listinha das que AINDA não conhecem Paraty..
    🙁
    Mas mesmo São Pedro não colaborando tanto, amei as fotos..
    Ficaram lindas..
    Otimos ângulos..
    Natureza é realmente incrivel..
    =)

  9. eduluz

    Fui almoçar no Gite e só a aventura pra achar o lugar já valeu. Perdi as contas em que perguntei: será que é aqui mesmo?
    É caro ficar na Gite?
    Quanto a Ana, acabei não conhecendo o Banana, mas ela é muito bacana e o Gastro Pop dela foi uma delícia!
    Paraty é um daqueles lugares em que o tempo passa devagarzinho, né?

  10. Carol Wieser

    Que saudades de Paraty, assim como você é um lugar que eu gostei muito e quero voltar. Mas quando fui eu fiz errado. 😥 Fomos com uma viagem de mergulho e em 3 dias fizemos 7 imersões. Morri de vontade de conhecer um pouco mais de Paraty, mas não tivemos tempo de CONHEÇER DIREITO o lugar. Uma loucura, nunca mais faço isso na vida. 😡
    Quero ainda voltar pra fazer tudo que você fez: banho de cachoeira, pousadas, praias (areia), restaurantes… hum.
    Beijos

  11. Emília

    Silvia e Martinha, tem que colocar na lista: é uma cidade única, romântica, com um clima especial. Passear à noite em Paraty, fora da alta…é uma experiência a ser vivida. (Martinha, sei que vc está mais distante, mas a Silvia, nem tanto…)
    É mesmo uma aventura chegar lá, Edu…a sorte é que alguns dos meus amigos já tinham ido, conheciam o caminho, e uma amiga entrou com o 4×4. Que mesmo assim…suou para chegar lá. E não é caro se hospedar, não: na baixa vai de R$ 120 a R$ 350 e na alta de R$ 150 a R$ 450 (segundo a página deles, não sei se está atualizada…)
    Já eu não conheci a Ana (só falei com ela por telefone umas duas vezes), mas sou fã do Banana. Foi o nosso melhor jantar, ainda melhorado por um Pera Manca branco incrível, gentileza de uma das meninas 🙂
    Carol, eu fiz o meu batismo do avançado em Paraty também (um tempo horrível, frio pra burro, especialmente a 25m!) e o povo não quis almoçar em Paraty no domingo antes de voltar! Pararam num lugar na Rio-Santos, quase 6 da tarde, eu morrendo de fome e mau-humorada 🙄 Acho que esses esquemas de mergulho são rústicos um pouco demais…
    Beijos!

  12. Gi

    infelizmente ainda nao conheço…
    Mas este ano na Italia o reality “La Fattoria” (a Fazenda) foi realizado em Paraty.
    Adorei a serie de fotos…
    Tanti Saluti…
    Gi, roma

  13. Arthur

    Parece que ainda não foi dessa vez que alguém da comunidade encontrou Paraty SEM CHUVA… snif
    Talvez uma cúpula de um polímero ultra-resistente cobrindo toda a região, com um sol artificial tipo “O Show de Truman”, resolva o problema 😀

  14. Ana Gabi

    Emília,
    Adorei o seu blog! Sempre tive vontade de conhecer Paraty e com essas dicas a vontade só aaumentou. Quantos dias você acha que seriam suficientes para ter uma noção..

  15. diogopretto

    Juntamente com Angra, Paraty é um lugar que todo mundo fala bem aqui no Rio e eu ainda não tive o prazer de conhecer. :/

  16. Emília

    Oi, Gi, não conheço o programa, mas acho que eles devem ter tido uma boa razão para vir da Itália filmar aqui, não? 😉
    Beijos desde São Paulo!
    Arthur, eu já estive em Paraty várias vezes com sol também! Mas digamos que o placar está empatado entre ensolarado e tempo esquisito :mrgreen: Não adianta, essa região é complicada mesmo pelo mesmo motivo que é tão bela: é marcar a viagem e torcer pelo menos para não chover…
    Ana Gabi, para começar um feriado de 3 ou 4 dias está ótimo, dá para fazer um passeio de barco, curtir a cidade o quanto quiser, conhecer algumas cachoeiras, ir até Trindade. Mas dá para fazer muito mais coisas com mais tempo, tudo depende da disponibilidade.
    Diogo, eu sou uma paulista que adora esse canto do Rio, mas confesso que conheço muito mais Paraty e Ilha Grande do que Angra e suas ilhas. Mas, vc, estando no Rio…não tem desculpa para ir até lá 😉

  17. Carmen

    Emília, eu pode entender… os amores antigos são tão queridos! É certo!!!
    Um saludo.

  18. Emília

    Carmen, queridos mesmo! Espero pode voltar ainda muitas vezes mais.. 😀

  19. Guta

    Emilia, preciso voltar p/ Parati para ver as praias de Antigos e Antiguinhos….as fotos de lá são de matar/morrer! 🙂

  20. Emília

    Nem me fale, Guta…eu vi a foto dos meus amigos, num dia maravilhoso de sol…
    Tudo é desculpa para voltar :mrgreen:
    Um beijo!

  21. Majô

    Emília, tanto tempo sem passear pelos blogs dos amigos, e agora entrando aqui me deparo com Paraty !! Já comentei com você que amo essa cidade que é a mais fotogênica que conheço. Caminhar por ela é um prazer para meus olhos.
    Já fiz várias vêzes este passeio às ilhas que para mim é outra Paraty 😉 Adooro mergulhar do barco e ir nadando até a praia do Saco da Velha.
    Estive no ano passado no feriado de 1o. de maio e peguei chuva também, estraga um pouquinho, mas gosto da cidade de qualquer jeito.
    Também achei Trindade meio muvucada, uma pena.
    Fica uma dica de restaurante, o Refúgio, excelente.

  22. Emília

    Majô, eu sou totalmente apaixonada por Paraty…me sinto simplesmente feliz de andar por ali 🙂
    Mesmo com chuva ou nublado, sempre é bom…mas com sol, é esplendorosa!
    Obrigada pela dica do restaurante, dessa vez tivemos refeições de menos para experimentar tantas opções…mas já está anotada para a próxima 😉

  23. Altair Santos

    Realmente, Paraty é apaixonante!
    Não vejo a hora de pegar umas férias, poxa. Como estou sempre viajando a trabalho, quero pegar um ônibus aqui em MG por isso achei o blog http://www.onibuspassagens.com.br, sempre mostrando boas promoções e descontos! Bjo e mais sucesso

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